© Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Mais de 29 milhões de brasileiros ficaram de fora da nova rodada do auxílio emergencial. O número é 70% maior do que o previsto inicialmente pelo governo federal, 17 milhões. Isso significa que quase a metade (43%) dos que receberam as parcelas no ano passado (68 milhões) tiveram a ajuda cortada.

De acordo com um levantamento feito pelo movimento Renda Básica que Queremos, a partir de dados divulgados pelo Ministério da Cidadania, o benefício vai atingir um número menor este ano: serão 39 milhões de pessoas.

Para 2021, os valores também foram reduzidos. Agora são três faixas: R$150, R$250 e R$375.

A diretora de Relações Institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica, Paola Carvalho, afirma ser cruel deixar de prestar socorro aos mais vulneráveis no momento em que a pandemia se agrava no país.

“Não temos vacina em quantidade suficiente e temos pesquisas que mostram o agravamento da fome no país. E o que o governo faz? Reduz a base de beneficiários, quando sabemos que não está cortando ‘gordura’, mas tirando quem mais precisa de proteção social neste momento”, desabafa.

Em Minas Gerais, por exemplo mais da metade do público de 2020 foi atingido, com redução de 52%. Em São Paulo, são mais de 5,7 milhões a menos.

A maior parte dos brasileiros que faz jus ao auxílio emergencial vai receber a parcela mínima de R$ 150. Em termos comparativos, esse valor representa 24% do custo médio da cesta básica nas capitais do país, que é de R$ 635,75, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

O benefício social foi responsável por injetar na economia R$ 294 bilhões. Uma pesquisa feita pelo Datafolha em agosto do ano passado apontou que a compra de alimentos era o principal gasto dos que receberam ao menos uma parcela do auxílio.

Atualmente, a taxa de desemprego no Brasil gira em torno de 14,5%, de acordo com cálculos feitos pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada pelo IBGE.

UOL

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