Torcedor paralítico dá demonstrações de amor ao Nacional de Patos
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Não é só futebol. Essa é uma máxima que tem sido muito difundida nos últimos anos entre os apaixonados pelo esporte ao redor do mundo para ilustrar os gestos de amor que os torcedores realizam pelos seus clubes. Esse é o caso de Taciano Wanderley, torcedor do Nacional de Patos, no Sertão paraibano, e que, mesmo com limitações físicas que o obrigaram a fazer uso de cadeira de rodas, não deixou de demonstrar o seu amor pelo Canário, campeão paraibano de 2007.

O Brasil possui, de acordo com a Fifa, mais de 650 clubes profissionais de futebol. Entre gigantes e desconhecidos, a paixão do torcedor, seja de que camada social for, é a mesma. O sentimento, inclusive, é por muitas vezes a força motriz que mantém vivos alguns desses clubes em meio às já conhecidas adversidades. Taciano faz parte de um seleto grupo que, mesmo tendo a oportunidade de torcer para qualquer outra equipe da elite do futebol nacional, defende ferrenhamente as cores do clube que representa, além de sua cidade, a sua identidade.

— Comecei a acompanhar o Nacional aos 4 anos de idade, quando ia nos braços de amigos do meu avô para o Estádio José Cavalcanti, casa do Nacional. Eu não sabia sequer que time era aquele, mas aquela emoção de estar dentro de uma arquibancada, de ver um estádio abarrotado, vestido de verde, da cor do uniforme do time, me fez, com todo o respeito às outras torcidas, escolher o Canário — afirmou.

O amor pelo Verdão Maravilha, como é o conhecido o Nacional de Patos, é tamanho ao ponto de fazer com que Taciano, que é cadeirante, construísse um elevador adaptado dentro do Estádio José Cavalcanti para que, dessa forma, pudesse acompanhar de forma mais confortável — e segura — as partidas do seu time do coração.

— Encontrei algumas dificuldades em acompanhar as partidas do Nacional e vendo o tamanho da minha força de vontade de torcer melhor, de ter uma visão mais privilegiada, decidi construir um elevador adaptado, que pudesse me dar uma oportunidade de vibrar com segurança com os gols do meu time do coração — pontuou.

Assim como acontece em todo o Brasil, a Paraíba, estado natal de Taciano e do Nacional de Patos, enfrenta um delicado momento no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Atualmente com mais de 320 mil casos confirmados e 7.500 mortes pela doença, as autoridades paraibanas seguem intensificando os protocolos. E, em todo o país, uma das medidas mais sentida pelo torcedor é a proibição de público nos estádios. Apesar da tristeza de estar há mais de um ano longe do calor da torcida no José Cavalcanti, Taciano entende a importância de se resguardar neste momento para, em breve, explodir de alegria nas arquibancadas sertanejas.

— A saudade de estar no estádio, de vibrar com a torcida, de ver as arquibancadas estremecerem é enorme. Mas entendemos que este ainda não é o momento de pensarmos em um retorno. Hoje, com a internet, a tecnologia nos dá essa oportunidade de torcermos para nossos clubes na segurança dos nossos lares enquanto não podemos estar juntos — frisou.

O Nacional de Patos encerrou a sua participação na edição 2021 do Campeonato Paraibano no último fim de semana, quando perdeu por 1 a 0 para outra equipe sertaneja, o Sousa, fora de casa. Apesar do revés e de ter terminado o estadual sem conseguir uma vitória sequer, o Alviverde conseguiu se manter na elite do futebol paraibano por mais uma temporada, para a alegria de Taciano e da grande massa alviverde.

Globo Esporte

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