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Milhares de manifestantes fazem protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) hoje, em diversas cidades do país, como Rio de Janeiro, Brasília e Recife. No centro do Rio, os protestos fecharam três das quatro vias da avenida Presidente Vargas.

Estão previstos atos em mais de 400 cidades do país e do exterior, em meio à pandemia e quando o Brasil se aproxima da marca de 500 mil mortos pela covid-19. Até às 13h, as manifestações aconteceram em 14 capitais e em cidades do interior, como Campinas, em São Paulo, Recife, Aracaju, Belém, Boa Vista, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, João Pessoa. Ao todo, os atos ocorreram em cidades de 19 estados.

Outras capitais planejam atos nesta tarde, como Manaus, no Amazonas, Acre, em Rio Branco, Macapá, no Amapá, Fortaleza, no Ceará e Rio Grande do Norte, em Natal.

Os manifestantes criticam o governo pelo que entendem ser uma sabotagem à vacinação durante a pandemia, pedem o impeachment de Bolsonaro e há gritos e faixas com os dizerem “Bolsonaro genocida”. Eles também pedem a extensão do auxílio emergencial, com valor de R$ 600 (hoje o governo paga entre R$ 150 e R$ 375), vacinação em massa contra a covid-19. A política ambiental do governo também é alvo de críticas.

No Rio, ‘fora, Bolsonaro’ e faixas de apoio a Lula

No Rio, os organizadores do ato estimam a presença de mais de 50 mil pessoas. Entre os manifestantes, havia estudantes, sindicatos, pessoas ligadas a movimentos sociais, representantes de partidos de esquerda e até grupos evangélicos, parte da base eleitoral de Bolsonaro.

“Existem divergências ao bolsonarismo em todos os setores da sociedade. O ato corresponde à maioria da sociedade, pois pioraram as condições de vida da população. E não há políticas públicas para reduzir as desigualdades”, disse Esteban Crescente, um dos organizadores.

“Povo na rua é o que vai derrubar o Bolsonaro. E é mais seguro do que andar em ônibus lotado, porque o ato é ao ar livre”, completa.

“Não é para 2022! Nós precisamos tirar o Bolsonaro agora”, disse um dos líderes do movimento no Rio, em um carro de som. Em dois carros, líderes do movimento puxavam gritos de “fora, Bolsonaro”.

No local, havia faixas e camisas de apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para as eleições presidenciais de 2022. Também havia homenagens à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em 14 de março de 2018.

Chico Alencar (PSOL), vereador do Rio e ex-deputado federal, participou do ato, vestindo uma camiseta onde se lê “geração 68, sempre na luta”, em alusão à militância durante a ditadura militar.

“Eu sou da cidade do Rio e participo da defesa pela democracia desde 1968 [disse apontando para a camiseta]. Os sonhos não envelhecem. E é muito bonito ver essa avenida lotada, sobretudo com jovens. É sinal de que a democracia está vingando”, disse.

Chamou a atenção a presença de Edmar Xavier, reserva da brigada paraquedista do Exército, que exibia uma placa com a mensagem “Brasil acima de tudo”, usada por Bolsonaro na campanha das eleições de 2018. Mas em tom crítico, com pedido de impeachment do presidente.

“Todos os segmentos da sociedade precisam participar dessa caminhada. Quem está satisfeito com esse governo?”, questionou.

Também estavam no ato a vereadora Monica Benício (PSOL), viúva de Marielle, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), o vereador Lindbergh Farias (PT) e o deputado federal David Miranda (PSOL).

Jandira falou sobre a importância da participação no ato de pessoas que votaram no presidente, mas hoje pedem pela sua saída do governo. “Vacina, saúde, emprego e democracia são bandeiras amplas. Muitas pessoas que votaram no Bolsonaro se arrependeram”, disse.

“Para derrotar Bolsonaro, a batalha vai ser decidida nas ruas”, defendeu Lindbergh, em discurso em cima de um dos carros de som.

Também havia no ato representantes do movimento indígena no contexto urbano. Entre eles, a atriz Lian Gaia. “Quando se fala em movimento preto, também é importante incluir os indígenas. Somos uma minoria invisibilizada”, disse.

Brasília, Recife e outras capitais

Em Brasília, os protestos começaram no início da manhã. Desde as 8h, manifestantes se reuniam em frente à Biblioteca Nacional e na Praça do Buriti.

Em Goiânia, a carreata se concentrou na Praça Cívica, área central da cidade, desde as 9h. Em Mato Grosso, os focos da concentração aconteceram partindo da Prainha, com um ato simbólico às 6h, uma carreata às 8h e outra às 10h.

No Nordeste, os protestos iniciaram às 8h em São Luís, no Maranhão e em Teresina, no Piauí. Maceió, em Alagoas, Recife, em Pernambuco, João Pessoa, na Paraíba e Aracaju, em Sergipe, tiveram protestos a partir das 9h.

Diferente da última manifestação que ocorreu em Recife, a de hoje não teve registros de confrontos da polícia com manifestantes. Mesmo com chuvas, o protesto seguiu pacificamente até às 12h, quando o público começou a se dispersar.

No Norte, as cidades de Belém, no Pará e Porto Velho, em Rondônia, agendaram as manifestações para ter início às 8h. Em Palmas, Tocantins, as manifestações começaram às 8h30 e desde as 9h, uma carreata acontece em Boa Vista, Roraima.

No Sudeste, as manifestações começaram a partir das 10h, em Campinas, interior de São Paulo. Florianópolis, em Santa Catarina, iniciou as manifestações no Sul do país, às 8h.

UOL

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