Lula ataca Bolsonaro como um “pequeno ditador” e o “rei das notícias falsas”, recebendo acusações de mentira, corrupção e um histórico “vergonhoso” em troca, enquanto os rivais brigam no primeiro debate para o confronto polarizador do segundo turno em outubro, dia 30.
O favorito Lula, o carismático, mas manchado ex-presidente (2003-2010) que busca um retorno aos 76 anos, foi particularmente feroz ao criticar Bolsonaro por seu tratamento do Covid-19, que matou 687.000 pessoas no Brasil, perdendo apenas para os Estados Unidos.
Atacando Bolsonaro por sua resistência à compra de vacinas e adoção de medicamentos não comprovados, como a hidroxicloroquina, Lula disse que o presidente “carrega o peso dessas mortes em seus ombros”.
“Sua negligência levou à morte de 680.000 pessoas, quando mais da metade poderia ter sido salva”, disse o ex-metalúrgico em sua voz grave de marca registrada.
Bolsonaro, de 67 anos, procurou mudar o foco para a questão da corrupção – um ponto fraco para Lula, que foi preso em 2018 por acusações controversas e desde então revogadas decorrentes da investigação de um esquema de corrupção maciço centrado na estatal de petróleo Petrobrás.
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“Seu passado é vergonhoso… Você não fez nada pelo Brasil além de enfiar dinheiro público no bolso e no bolso de seus amigos”, disse Bolsonaro, chamando Lula de “vergonha nacional”.
“Lula, pare de mentir, é ruim para você na sua idade”, disse o ex-capitão do Exército em outro momento, ao mesmo tempo defendendo seu próprio recorde e apostando na idade do rival.
Abaixo do cinto
Já amarga, divisiva e cheia de lama, a campanha desviou ainda mais para o território negativo desde a votação do primeiro turno.
O campo de Lula, em particular, adotou estratégias de ataque antes vistas mais na extrema direita, vasculhando vídeos de arquivo de Bolsonaro e aproveitando citações pouco lisonjeiras para tentar vinculá-lo à maçonaria e ao canibalismo, por exemplo.
Seu último ataque implicava que Bolsonaro era um pedófilo, com aliados de Lula chamando o presidente de “criminoso depravado” e expressando “nojo” no sábado por comentários que ele fez ao visitar uma casa no ano passado onde um grupo de meninas venezuelanas menores de idade aparentemente trabalhavam como prostitutas.
O chefe do principal tribunal eleitoral do Brasil, juiz Alexandre de Moraes, ordenou que dezenas de sites vinculados a Lula removessem os ataques relacionados ao vídeo de Bolsonaro, determinando no domingo que os comentários do titular foram retirados de contexto.
Chegando ao debate em São Paulo – o primeiro em que apenas Lula e Bolsonaro participaram – o presidente disse que as 24 horas anteriores foram “as mais terríveis da minha vida” por causa dos ataques.
Lula não mencionou o assunto durante o debate, mas usou na lapela um broche de campanha contra o abuso sexual infantil.
As regras do debate livre permitiram que os candidatos percorrem o palco e se aproximasse das câmeras, o que ambos faziam com frequência – embora raramente se olhassem, com a notável exceção de um silêncio tenso que Bolsonaro finalmente interrompeu ao colocar a mão na mão de Lula. ombro com um sorriso.
Como foi o caso de grande parte da campanha, muito mais tempo foi gasto em ataques pessoais do que em discussões substanciais.
“As propostas políticas perderam seu papel central e as acusações tomaram seu lugar”, disse à AFP o cientista político Christopher Mendonça.
As pesquisas estão erradas de novo?
Bolsonaro, o conservador vitriólico linha-dura que assumiu o cargo em 2019, terminou em segundo lugar no primeiro turno da eleição em 2 de outubro com 43% dos votos, contra 48% de Lula.
Mas muitas pesquisas de opinião colocaram a liderança de Lula na casa dos dois dígitos.
O desempenho mais forte do que o esperado de Bolsonaro deu a ele uma aura de impulso para o segundo turno e aumentou as especulações sobre a possibilidade de outra surpresa em duas semanas.
Lula tem 53% dos votos para o segundo turno, contra 47% para Bolsonaro, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo instituto Datafolha.
Fonte: Brasil247.com