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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da PF (Polícia Federal) e determinou que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, seja ouvido a respeito da minuta golpista.

  • Moraes deu o prazo de cinco dias para que a oitiva seja realizada pela PF.
  • A ordem acontece em inquérito que investiga documento encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Recentemente, Valdemar chegou a declarar que recebeu várias propostas que, supostamente, poderiam questionar o resultado das eleições.

Diante das informações prestadas e da necessidade de maiores esclarecimentos, defiro o requerimento e determino à Polícia Federal que proceda à oitiva de Valdemar Costa Neto, no prazo máximo de 5 cinco dias.”Trecho da decisão de Moraes

Para Moraes, as afirmações de Valdemar, “ao dizer que teve consigo minutas semelhantes, de caráter manifestamente ilegal e inconstitucional, devem ser esclarecidas no contexto mais amplo desta investigação”.

“Notadamente no que diz respeito à adesão, por terceiras pessoas, de eventual intenção golpista”, completou o ministro, falando que o conteúdo da minuta pode caracterizar os crimes de:

  • Golpe de Estado e
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O UOL procurou a assessoria do PL, mas ainda não recebeu o retorno. Se houver, o texto será atualizado.

Triturada

Em entrevista ao jornal O Globo. Valdemar disse que chegou a receber sugestões para impedir a posse do presidente Lula (PT), mas que ele teve “o cuidado de triturar”.

Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava [o papel] no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar.”
Valdemar da Costa Neto, em entrevista

No ofício a Moraes, a PF reforçou que Valdemar disse que “teve o cuidado de triturar tais documentos”.

Na entrevista, o chefe do partido de Bolsonaro disse que documentos desse tipo da minuta podiam ser encontrados “na casa de todo mundo.”

Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo. Muita gente chegou para mim agora e falou: ‘Pô, você sabe que eu tinha um papel parecido com aquele lá em casa. Imagina se pegam’.”

Valdemar também afirmou que Bolsonaro teria sido pressionado a “fazer algo errado” e que havia gente que “achava que ele podia dar o golpe”.

“O Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei. A pressão em cima dele foi uma barbaridade. Como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe. Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer. Agora, vão prendê-lo por causa disso?”

UOL

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