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Joelison Fernandes da Silva, conhecido por Ninão, nasceu na zona rural do município de Assunção, no cariri paraibano. Tem 31 anos; 2,36 metros de altura e pesa 200 quilos. Ele é o homem mais alto do Brasil e o segundo mais alto do mundo. O homem mais alto do planeta, segundo o Livro dos Recordes, é o turco Sultan Kösen, que tem 2,51 centímetros, ou seja, 15 centímetros a mais do que Ninão.

11753664_802324926554510_1753255920499023123_nCom nove anos, e morando na zona rural, Ninão já se destacava dos colegas pela a altura. Não demorou para que percebessem que havia algo de errado com o tamanho daquele garoto que já tinha a estatura de um adulto. Por conta disso ele  sofreu bullying na escola, sendo alvo de apelidos e gracinhas por parte dos colegas. “Tive que deixar a escola ainda no começo dos estudos. Todo tipo de apelido os colegas colocavam em mim”, disse.

Constatado que havia algo de errado com o crescimento do filho, e vendo que ele crescia mais e mais, os pais se mudaram para a zona urbana de Assunção, com o intuito de tentar um tratamento para o jovem.

Para interromper o crescimento Ninão teve que se submeter a um tratamento no Hospital Universitário, de Campina Grande. E esse tratamento continua até hoje. Não pode parar. Não fosse o tratamento ele teria crescido ainda mais, pois padece de uma Acromegalia, popularmente conhecida como “Gigantismo”, uma enfermidade rara, ocasionada por um descontrole nos hormônios do crescimento

A chegada dele ao hospital é sempre motivo de muita movimentação. “Todo mundo quer fazer selfies com Ninão”, diz uma das enfermeiras do hospital.

Segundo Ninão os médicos o informaram no começo do tratamento que, caso ele não continuasse o tratamento, acabaria morrendo jovem. “Como eu me trato eu posso ter uma vida normal como qualquer pessoa e chegar a velhice”, disse ele.

Reportagens começaram a ser feitas sobre “o homem mais alto do Brasil”. Primeiro a imprensa estadual, depois a imprensa nacional, e mais recente, a imprensa internacional também fez reportagens sobre Ninão. Recentemente uma equipe da televisão alemã esteve na Paraíba fazendo uma reportagem sobre ele.

999674_315398548592940_1138204207_nSua família recebeu de autoridades políticas paraibanas uma casa em Assunção, adaptada às necessidades do jovem, porque para Ninão tudo precisa ser adaptado. O veículo dele, um Meriva, que é um carro espaçoso, precisa ficar com o banco do motorista no limite do permitido para que ele possa dirigi-lo, e mesmo assim, nas palavras dele, “fica bastante apertado”.

Ninão não pode ter emprego, pois se cansa com facilidade. Não consegue ficar em pé durante muito tempo. “Sento cinco minutos, fico dez em pé. Se eu ficar mais de dez minutos em pé fico suado e com a respiração cansada,” explicou. Por conta disso sua estatura “virou profissão”. Ele passou a ser convidado para atuar como garoto-propaganda de empresas de Campina Grande (entre elas uma rede de supermercados) e de outras cidades, e é com isso que consegue pagar as contas e ajudar a família.

Ele é a atração da cidade de Assunção. Quem passa por lá faz questão de procurá-lo para uma selfie, e ele recebe a todos com prazer, sempre de forma solícita. Aquele homem de 2,36 metros, de voz forte, é de uma paciência, tranquilidade e solicitude que impressionam os visitantes.

Sendo uma celebridade local, Ninão se aventurou na política do seu município, se candidatando a vice-prefeito pelo PSB nas eleições 2012, mas o seu grupo político não obteve sucesso nas urnas. A política, no entanto, não é a dele: “Fui candidato, mas não entendo desse negócio de política. Não é para mim”, explicou.

Por conta da altura o jovem sempre teve dificuldades de encontrar paqueras. Na Internet ele saiu à procura de amizades e acabou conhecendo a jovem Evem Medeiros, da cidade de Cuité, de 1,52 metro, com quem começou um namoro e hoje estão casados. O casamento, realizado em 2014, foi celebrado no palco, ao vivo, no programa Domingo Legal, do SBT, apresentado por Celso Portiolli.

O programa pagou um cachê de 30 mil reais a Ninão e assim ele pôde construir, no mesmo terreno da casa de seus pais, a sua própria residência, totalmente adaptada ao seu tamanho, com portas com dois metros de altura e janelas altas.

Ele possui seis pares de tênis, e mesmo assim, surrados, porque o número que ele calça, 60, não existe no mercado. Os tênis lhe foram dados de  presente por uma fabricante de material esportivo. “Foram feitos exclusivamente para mim e já estão desgastados, mas são os únicos que tenho para usar”, disse. Suas roupas são feitas sob encomenda também.

Ninão diz que já perdeu a conta de quantas cadeiras ele já quebrou. “Só me sento numa cadeira agora depois de me certificar se ela tem condições de aguentar o meu peso”, disse.

Uma pergunta que ele tem de responder com frequência é se na família dele todos têm estatura normal. Sim, todos têm estatura normal, pois por seu aspecto de enfermidade rara a Acromegalia não acomete famílias inteiras e nem passa de pai para filho.

Ele vive cercado de familiares, sendo querido por todos, e quando ganha algum cachê com publicidade, ajuda à família. Nesses tempos de crise econômica os trabalhos como garoto-propaganda têm escasseados, contratos foram cancelados, e ele tem sentido o peso das dificuldades. Caso alguém se interesse em contratar seus serviços Ninão pode ser facilmente contatado nas redes sociais, onde é muito popular.

Folhapatoense.com – folhapatoense@gmail.com 

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