. Naquela época o governo não ajudava como ajuda hoje, por isso eu comi xiquexique e macambira pra não morrer de fome” (Dona Maria Ferreira
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Comemorando aniversário com a bisneta Raynara e a pequena tataraneta Mariana.

A senhora Maria Ferreira Gomes, conhecida como Dona Nevinha, residente no bairro do Salgadinho, nasceu no distante ano de 1915, em Caicó-RN, mas vive em Patos desde muito jovem. Foi casada com o agricultor Manoel Belarmino Sousa, natural de Santa Luzia. “Meu marido morreu faz tempo, tô nem lembrada o ano da morte dele”, diz ela, que teve dois filhos: Antônio de Sousa Neto (já falecido) a Maria Nilma Gomes, a Dona Nilma, de 61 anos, presidente da Associação dos Catadores de Patos.

Dona Nilma, na verdade, é filha adotiva. “Ela se incomoda em dizer que sou filha adotiva. Para ela filho é filho, tem esse negócio de ser adotivo não”, disse Dona Nilma.

Com 101 anos de idade, ela vive com a neta Aldeni, a bisneta Raynara e a tataraneta Mariana, e são elas que não permitem que Dona Maria trabalhe, pois, se deixar, ela quer fazer as coisas. “Ela quebrou o fêmur numa queda há um ano, passou por uma cirurgia e já está praticamente recuperada, mas nós fazemos tudo em casa para que ela fique sentada, não permitimos que ela faça nada”, disse a neta Aldeni.

Dona Nevinha diz que “come tudo que aparece”. “Eu como buchada, caldo de mocotó, o que vier eu como”, disse ela, e complementa: “Passei dificuldades quando era nova. Naquela época o governo não ajudava como ajuda hoje, por isso eu comi xiquexique e macambira pra não morrer de fome” lembra.

Ela só sai de casa para ir à igreja (é católica) e em ano de eleição, para ir votar (votou em Dinaldinho na última eleição), e gosta muito de cantar: fica sentada cantando. “Cantar é um prazer e uma forma de passar o tempo”, finaliza.

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com – 99974-0076

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