Popular Boneco, conhecido pela rapidez com que faz contas de cabeça.
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Em Patos ninguém sabe quem é Orlando Amaro de Maria, mas se alguém disser que se trata do popular Boneco, um idoso de 68 anos conhecido por perambular no centro da cidade e pela capacidade excepcional de fazer “contas de cabeça”, aí a coisa muda de figura: Boneco é um dos personagens mais conhecidos da cidade.

Boneco

Ele nasceu na cidade de Esperança, no Agreste Paraibano. Filho de um pedreiro e de uma verdureira e, com nove irmãos, Boneco nunca estudou, e logo cedo teve que trabalhar. Dos nove irmãos dois já faleceram e sete moram em João Pessoa. “Além desses nove irmãos eu tenho outro, um irmão que não é de sangue, mas é do coração”, disse.     

Em 1964 a família veio morar no sertão, em São Mamede, depois se mudando para Patos. Nos anos 70  o jovem Orlando começou a trabalhar como carregador de sacas de algodão em uma usina em São Mamede, na época em que o algodão era a principal atividade econômica da região.

 Por ser baixinho, forte e troncudo, os colegas de trabalho na usina colocaram nele o apelido de “Boneco” e esse apelido “pegou” rapidamente. Ninguém o chama mais de Orlando hoje, só de “Boneco”.

Boneco não sabe ler, nunca estudou e assina o nome com dificuldade, mas algo ele conseguiu fazer que o tornou conhecido: contas da cabeça.

Ele é tão bom em matemática, faz contas com tanta rapidez, que foi procurado e entrevistado por diversos programas de rádio e televisão, inclusive pelo Fantástico, da Rede Globo.

Boneco é daqueles que se o interlocutor diz que nasceu no dia 20 de setembro de 1966 ele diz de imediato quantos anos essa pessoa tem, quantos meses ela já viveu, quantas semanas, quantos dias, quantos minutos e quantos segundos. Se ficar com dúvida confira na calculadora. Confira no vídeo abaixo como foi a participação dele no programa Fantástico, da Globo.

 Boneco explicou à reportagem da Folha Patoense que seu aprendizado se deu somando, subtraindo, multiplicando e dividindo as sacas de algodão que carregava. “Eu ficava o dia todo carregando sacas e mais sacas de algodão, daí para me entreter e ocupar minha cabeça eu ficava fazendo contas e mais contas de cabeça, e foi assim que eu aprendi a fazer contas com essa rapidez que eu faço”, explica.

Ao ser provocado pelo jornalista, Boneco dá uma explicação ainda mais ‘técnica’: “O dia tem 86.400 segundos e o ano tem 31.536,000 segundos, então se uma pessoa viveu 45 anos, e um ano normalmente tem 365 dias, eu chego ao resultado do número de dias vividos por essa pessoa multiplicando “45 vezes 365”, e multiplico o resultado que eu obtiver pelo número de segundos que um ano tem e, dessa forma, logo chego à quantidade de segundos que a pessoa já viveu”.

 Muito fácil, não?

Boneco é aposentado, nunca casou, e há muito tempo reside no Patos Tênis Clube; “Nunca casei, mas tenho um filho registrado, outro filho que não é registrado e uma enteada, e tenho sete netos”, diz ele.

No fim, ele diz que não só gosta de fazer contas, mas também gosta de pagar as contas que faz: “Pago as minhas contas em dia, mas quando eu tô com dinheiro o que eu gosto mesmo é de gastar ele todo tomando cerveja”, finalizou,  e saiu para tomar uma cerveja.

Veja o vídeo:

 

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

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