A comoção parou as cidades de Catolé do Rocha, Riacho dos Cavalos e Brejo dos Santos na tarde e noite de ontem, durante o velório e enterro dos 10 paraibanos vitimados no acidente do último sábado, em Minas Gerais. Em Catolé, onde moravam sete dos dez mortos, inclusive uma família quase inteira, a comoção foi maior. Os corpos que vieram de Montes Claros (MG), em cinco carros funerários, foram transferidos para carros do Corpo de Bombeiros e levados para a igreja de Nossa Senhora dos Remédios, onde aconteceu uma celebração coletiva.
Em espaços separados dentro da igreja, parentes se despediram e os demais moradores prestaram as últimas homenagens às vítimas. Muitas coroas de flores e um número recorde de público na paróquia compuseram o cenário, no último capítulo de uma história que prometia ser alegre, com os paraibanos retornando de viagem, mas terminou de forma trágica.
Na fala de quem testemunhou esse momento havia muita tristeza. “Eu conhecia todos daqui de Catolé (do Rocha). A cidade está abalada. Por ser uma cidade pequena, a gente conhece todo mundo. O clima está pesado, todos estão bem abalados. A gente já estava triste, mas com a chegada dos corpos, é bem diferente”, disse a comerciante Thaísa Sousa. “Eu conhecia Elizângela e os dois filhos. Uma família inteira morta. A cidade está em luto”, disse Fabiana Silva, também comerciante. “É uma tristeza. Morreu muita gente. É muito sério isto. Eu conhecia algumas pessoas e nem sei explicar direito como é que é o sentimento”, disse outro morador que não quis se identificar.
Passava das 22h quando os corpos de sete vítimas começaram a ser enterrados no cemitério Frei Damião Bozano, em meio a uma estrutura extra que teve que ser montada pela prefeitura. As outras foram levadas em carros funerários, uma para Riacho dos Cavalos e duas para Brejo dos Santos.
O fato mudou a rotina das cidades mudou, que tiveram que se adaptar em algumas situações. Apesar de grande, a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios precisou ser reformulada para receber o velório coletivo. A prefeitura montou divisórias dentro da igreja, separando os parentes das vítimas, do público. “Sabíamos que os familiares iam ter pouco tempo para se despedir de seus entes e pensamos em garantir a maior tranquilidade possível para esse momento”, disse Larissa Suzana, assessora de imprensa da prefeitura de Catolé do Rocha.
Na igreja também foi montada uma tenda com serviços de saúde, equipada com médicos, enfermeiros e material de socorros, para dar apoio aos familiares q demais pessoas que precisassem.