Na terça-feira (4) o pesquisador Rogério Galvão passando nas imediações da Praça de São Francisco, centro de São João do Rio do Peixe resolveu adentrar um prédio em construção quando se deparou com a escavação de uma área do prédio que servirá de dique de oficina, encontrando o restante de um primitivo túmulo do primeiro cemitério são joanense.
O servente encontrou o túmulo nesse sábado (1º), mas era algo desconhecido pra ele. Ao interrogá-lo sobre o achado ele me disse: “Desde sábado que eu arranco tijolo, pensei que fosse uma fossa… Mas era diferente, pois era com um piso desenhado e era grande e quadrado. Era um negócio bonito”, contou o trabalhado sobre uma antiga catacumba, típica construção tumular dos cemitérios do século XIX.
No local existia uma catacumba pertencente à Irmandade do Rosário, que podia ser alugada, conforme recibos encontrados pelo historiador Wlisses Estrela em inventários post-mortem no Fórum Dr. João Bernardo de Albuquerque. “Ser enterrado numa catacumba era algo reservado a pessoas que possuíam condições financeiras, as demais eram sepultadas em covas no chão, onde se cravavam cruzes”, explicou o estudioso.
História
O primeiro cemitério foi construído em 1862 motivado pela epidemia de cólera que grassava a região sertaneja. Como não havia mais espaço na igreja do Rosário para os enterramentos, foi necessário construir o cemitério.
A descoberta tumular revela que o antigo cemitério possuía grandes dimensões, se comparado ao que restou do muro da atual capela de São Francisco. Assim as residências de Zé de Natão (in memorian) até o Hotel de Anita se localizam no terreno do antigo cemitério.
O cemitério foi fechado em 1932, com a inauguração do atual localizado na Rua Vidal de Negreiros. Somente as famílias mais abastadas removeram seus entes queridos para o novo local.
Luzia de Sousa – Diario do Sertão