O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e líder da oposição, Juan Guaidó, se declarou nesta quarta-feira (23) como presidente interino do país. O governo de Nicolás Maduro, porém, não reconhece o Parlamento, que tem maioria opositora.
O ato foi realizado durante manifestação de opositores ao governo de Nicolás Maduro em Caracas. Chavistas também saíram às ruas para manifestar apoio a Maduro.
Maduro tomou posse de seu segundo mandato presidencial no último dia 10. Poucos dias depois, a Assembleia Nacional declarou ele um ‘usurpador’ do cargo de presidente. Em seguida, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ, que é governista) declarou “nulos” todos os atos aprovados pelo Parlamento.
A oposição venezuelana e diversos países – entre eles Brasil, Estados Unidos, Canadá e os membros do Grupo de Lima – não reconhecem a legitimidade do novo mandato de Maduro, que vai até 2025. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também declarou, no dia da posse, que não reconhece mais o governo bolivariano.
Repercussão
Após a declaração de Guaidó, o presidente da OEA e o governo americano de Donald Trump anunciaram que o reconhecem como presidente interino da Venezuela. Maduro ainda não se pronunciou.
Luiz Almagro, presidente da OEA, cumprimentou Guaidó em uma mensagem no Twitter: “Nossas felicitações a Juan Guaidó como presidente interino de Venezuela. Tem todo nosso reconhecimento para impulsionar o retorno do país à democracia”, escreveu.
Em comunicado, Trump disse que usaria “todo o peso do poder econômico e diplomático dos Estados Unidos para pressionar pela restauração da democracia venezuelana” e encorajou outros governos do hemisfério ocidental a também reconhecer Guaidó.
Nesta terça, o vice-presidente americano, Mike Pence, divulgou um vídeo em que reafirma o apoio aos opositores do regime e encorajou as manifestações contra o governo chavista.