Caso registrado na Bahia. Normalmente, trabalhadores são expostos a situações precárias e de risco (Foto: Ascom/MPT-BA/Ilustração)
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Operações encabeçadas pelo Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB) já resgataram 843 trabalhadores em situação de escravidão no estado, entre 2003 e 2018. Em todo o Brasil, há 1,7 mil investigações envolvendo trabalho análogo ao escravo. Os dados foram filtrados em 22 de janeiro deste ano e são do sistema informatizado do MPT (MPT Digital/Gaia). Desse total, 41 casos são acompanhados pelo MPT na Paraíba.

Entre os casos investigados e acompanhados pelo MPT na Paraíba está o de uma rede internacional de aliciamento e tráfico de jovens para a Europa, para trabalho degradante e análogo à escravidão, que incluía exploração sexual de adolescentes (uma das piores formas de trabalho infanto-juvenil, segundo a Convenção n.182 da Organização Internacional do Trabalho).

“Apesar do cenário atual desfavorável, o MPT, quanto ao combate a este flagelo, contará com a PRF, PF e a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, parceiros históricos nessa luta”, disse Eduardo Varandas, coordenador da Coordenadoria Nacional contra o Trabalho Escravo (Conaete/MPT)

Dados
Entre 2003 e 2018 (até julho/2018), 44,2 mil trabalhadores foram resgatados e libertados do trabalho escravo no Brasil ou de atividades análogas à escravidão. Segundo dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo, isso significa uma média de pelo menos oito trabalhadores resgatados a cada dia.

De acordo com o MPT, os municípios paraibanos de onde mais saem trabalhadores que são explorados como mão de obra escrava em outros estados são Patos, Pombal, Araruna, Picuí, Manaíra, Boa Vista, Serra Branca, Juripiranga e Cuité.

Campanha
Na próxima segunda-feira (28), será o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, quando o MPT vai lançar também uma campanha nacional nas redes sociais para alertar a população sobre a escravidão contemporânea e estimular a sociedade a denunciar. O MPT disponibiliza um link para que sejam feitas denúncias.

“Com a extinção do Ministério do Trabalho e não realização de concurso para auditor fiscal do trabalho, o sistema de repressão ao trabalho escravo está vulnerável e enfraquecido. Temo que a tendência futura seja o aumento desumano da exploração do trabalhador”, disse Varandas.

 

Portal Correio

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