Em julho de 1969, três astronautas norte-americanos embarcaram em uma jornada que transformou a história da humanidade: “Um pequeno passo para o homem”, que há 50 anos desembarcava, pela primeira vez, na Lua. Veja o vídeo.
Há registros cinematográficos desde a decolagem até o retorno da missão Apollo 11, mas até hoje teóricos da conspiração tentam refutar a conquista do satélite natural.
João Steiner, professor de astronomia da Universidade de São Paulo (USP), considera que a falta de uma alfabetização científica de qualidade é a responsável principal pelas especulações. Para ele, as pessoas que não acreditam que o homem foi à Lua são pessoas que não acreditam em evidências.
As provas de que o homem foi à Lua
As evidências mais importantes da chegada do homem à Lua foram listadas pela própria agência espacial norte-americana:
São 382 quilos de rochas trazidas pelos pioneiros que são estudadas por cientistas há décadas;
É possível refletir raios laser lançados da Terra nos espelhos retro-refletores colocados na superfície lunar pelos astronautas da Apollo;
Há imagens do Orbitador de Reconhecimento Lunar da Nasa que registram os locais de pouso desde 2011.
Informação confirmada pelos adversários
E se não for o bastante, a agência ainda convida os que têm dúvidas a procurar as mais de 400 mil pessoas envolvidas nas missões, ou até mesmo buscar os adversários da corrida espacial. As missões da Apollo foram acompanhadas de maneira independente pela União Soviética, que reconheceu a aterrissagem dos norte-americanos.
Em entrevista ao G1, o astrofísico teórico norte-americano Ethan Siegel disse que “existe uma miríade de evidências irrefutáveis” de que tenhamos ido à Lua.
Imagens mentem?
Um dos argumentos mais utilizados por quem questiona a chegada do homem à Lua são que as imagens feitas pela tripulação a bordo da Apollo tenham sido forjadas ou adulteradas. Siegel comenta que a qualidade das imagens naquele tempo era “obviamente menor que as que temos hoje”, e descarta a possibilidade de comparação com tecnologias atuais.
O astrofísico rebate as especulações e diz que a ignorância sobre as formas de captação de imagens não é justificativa para desacreditar eventos bem documentados e amplamente confirmados, e diz que não é possível argumentar com pessoas que escolheram ignorar a lógica.
Os porquês da Apollo 11
Steiner, o astrônomo e pesquisador brasileiro, relembra que a missão Apollo ocorreu dentro do contexto da Guerra Fria. Os soviéticos lançaram o Sputnik e pouco tempo depois mandaram Yuri Gagarin, o primeiro cosmonauta, para o espaço.
O professor destaca que a Nasa, naquele período, contou com um orçamento ilimitado. E foi a partir de pesquisas da época que os Estados Unidos puderam se desenvolver cientificamente, com destaque para os avanços em microeletrônica – a miniaturização dos equipamentos eletrônicos necessários para a missão Apollo.
“Desde então os americanos mantêm a liderança na microeletrônica e em toda a TI que dela decorreu. Hoje as cinco maiores empresas do mundo em valor de mercado são todas de TI: Apple, Amazon, Google, Facebook e Microsoft. Por acaso, são todas americanas; ou não seria por acaso?”, diz.
Missão política
A missão Apollo foi basicamente uma iniciativa política, ressalta o professor. Com o final da Guerra Fria, os orçamentos dos programas espaciais diminuíram e as viagens no espaço ficaram insustentáveis.
Steiner defende que para a ciência, no entanto, missões muito importantes continuam a ser lançadas, como as várias viagens a Marte e aos planetas externos, além dos planetas anões, cometas e asteroides.