Muitos parentes acompanhavam o trabalho dos bombeiros em busca de notícias.
“Minha mãe está com 83 anos, acamada. É um sentimento muito ruim. É esperar o que vai acontecer, né?! Espero que ela apareça aí em algum lugar”, afirmou Damião Freitas, filho de uma paciente.
Ao todo, 103 pacientes estavam internados no Hospital Badim. Muitos deles foram levados às pressas para outras unidades, outros aguardavam transferência nas ruas da região, que se transformaram em uma grande enfermaria. O centro de tratamento intensivo (CTI) foi transferido para a garagem de um prédio e para uma creche vizinha. “Eu até agora não sei onde está a minha mãe. Ela tem 76 anos, já sofreu três AVCs, não fala direito. Eu preciso achar a minha mãe! Ninguém dá informação! Eu estou desesperada. A acompanhante que estava com ela se jogou do terceiro andar e está operando as pernas dela no Quinta D’Or, entendeu?”, afirmou Tânia Ferreira.
Algumas pessoas reclamavam de falta de informações. “Uma médica falou que ela [paciente] já saiu. Só que como é que ela saiu? Ela estava lúcida? Estava lúcida. Não estava andando porque ela está de sonda, monitorada, então ela não está andando”, afirmou Aline Martins, neta de uma paciente.
O Corpo de Bombeiros vistoriou todo o hospital durante a madrugada e encontrou 11 corpos.
A vigília de alguns familiares se transformou em luto. Mas a maioria ainda aguarda informações oficiais sobre as mortes.
Resumo até aqui
- 11 pacientes morreramapós um incêndio de grandes proporções no Hospital Badim;
- O fogo começou por volta das 18h30, e a fumaça se espalhou;
- A suspeita é que chamas começaram após um curto-circuito em um gerador;
- 103 pessoas estavam internadas na unidade no momento do incêndio;
- 224 funcionários trabalhavam no turno quando as chamas começaram – nenhum deles morreu, segundo o hospital;
- Unidade foi esvaziada, e pacientes foram levados para ruas próximas, onde ficaram em macas;
- Mais de 10 pacientes foram encaminhados para outros hospitais particulares.
Sobre o hospital
O Hospital Badim é uma unidade de saúde particular que faz parte da Rede D’Or São Luiz. O prédio que pegou fogo foi construído há 19 anos no Maracanã. Outro prédio, anexo a ele, foi inaugurado em 2018. Ao todo, o complexo hospitalar tem 15,7 mil m² de área construída, 128 leitos de internação, 32 leitos de tratamento intensivo e cinco salas de centro cirúrgico, de acordo com o site institucional.
G1 RJ