Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz (Foto: Reprodução/Instagram).
Compartilhe!

Ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), entre eles Fabrício Queiroz, foram alvo de 24 mandados de buscas e apreensão na manhã desta quarta-feira (18).

Também são investigados parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido-RJ), que foram empregados no gabinete de Flávio.

Em nota, o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) confirmou o cumprimento dos mandados para apurar supostas movimentações suspeitas envolvendo Fabrício Queiroz, mas, em razão do sigilo das investigações, informou que não pode oferecer mais detalhes.

As medidas fazem parte da investigação da suspeita de que havia a “rachadinha” — um esquema de repartição de salários — no gabinete do parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde ele foi deputado estadual por quatro mandatos.

O G1 falou com Ana Cristina às 7h57. Ela disse que não poderia falar no momento e pediu para que a reportagem ligasse mais tarde.

Guilherme dos Santos Hudson, tio de Ana Cristina, disse que não pode dar informações porque o processo está em segredo de Justiça. Questionado sobre ter sido assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj, Guilherme disse que não teme a investigação, pois não deve nada a ninguém.

“Meu amigo, tá tudo escrito naquela reportagem. Então é aquilo que está sendo investigado. Pode ser investigado, não devo nada a ninguém. Não tem problema nenhum”, garantiu.

De acordo com a assessoria do senador Flávio Bolsonaro, ele ainda não vai se pronunciar sobre essa nova ação do Ministério Público do Rio.

Em nota, a defesa de Fabrício Queiroz informou ter recebido a notícia da busca “com tranquilidade e ao mesmo tempo surpresa”. “É absolutamente desnecessária, uma vez que ele sempre colaborou com as investigações, já tendo, inclusive, apresentado todos os esclarecimentos à respeito dos fatos”, disse.

O G1 ainda não falou com a defesa dos demais citados.

A força-tarefa obteve na Justiça, em maio, a quebra dos sigilos fiscal e bancário de 96 pessoas e empresas, incluindo Queiroz e Flávio.

A investigação foi instaurada em 31 de julho do ano passado, meses depois que o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, hoje Unidade de Inteligência Financeira) enviou um relatório ao MP com movimentação atípica de Queiroz num total de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

O caso ficou parado de julho até novembro, aguardando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade do compartilhamento dessas informações sem autorização judicial.

O STF aprovou no mês passado a tese para o compartilhamento.

As medidas cautelares desta quarta atingem sobretudo ex-assessores que também tiveram quebrado pelo Tribunal de Justiça do Rio em abril. Ao todo, na ocasião, 96 pessoas e empresas foram alvo da decisão da 27ª Vara Criminal do Rio, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau.

Durante os anos 2000, Fabrício trabalhou por mais de dez anos como segurança e motorista de Flávio Bolsonaro, o filho mais velho do presidente. Queiroz recebia da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) um salário de R$ 8.517 e acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar. Ele foi exonerado do gabinete de Flávio na Alerj em outubro de 2018.

Quem são investigados

No Rio

  • Fabrício Queiroz, ex-motorista e ex-chefe de segurança de Flávio Bolsonaro;
  • Evelyn Queiroz, filha do ex-assessor;
  • José Procópio Valle, ex-sogro de Bolsonaro;
  • Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Bolsonaro;
  • Francisco Diniz, primo de Ana Cristina;
  • Daniela Gomes, prima de Ana Cristina;
  • Juliana Vargas, prima de Ana Cristina;
  • Maria José de Siqueira e Silva, tia de Ana Cristina;
  • Marina Siqueira Diniz, tia de Ana Cristina.

Em Resende

Nove parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Bolsonaro, que foram lotados no gabinete de Flávio entre 2003 e o ano passado:

  • Guilherme dos Santos Hudson, tio de Ana Cristina;
  • Ana Maria Siqueira Hudson, tia de Ana Cristina.

A reportagem tocou a campainha na casa de Guilherme e Ana Hudson, em Resende, pouco antes das 9h. Guilherme disse que, inicialmente, não tem nada a declarar.

G1 RJ

Deixe seu comentário