A anunciada desistência da candidatura do Dr. Érico Djan a prefeito não foi surpresa para nós. Quem acompanha os nossos programas e escritos sabe disso.
Uma das coisas mais importantes que aprendi na Faculdade de Jornalismo foi a escolha e cultivo das fontes de informação. Temos amizades nos meios políticos, nos meios jornalísticos e entre formadores de opinião que nos suprem de informações sobre os mais diversos assuntos. E duas diretrizes em utilizo ao tratar com as fontes. Nunca as exponho, revelando seus nomes, e sempre procuro checar a informação com outras fontes que possam confirmar as notícias.
Outro dia, me deram uma informação sobre determinada chapa, cujo candidato a vice já teria sido escolhido. Depois que a primeira fonte me repassou a informação consultei o candidato a prefeito sobre se já teria definido o nome de seu vice. O candidato me respondeu simplesmente: “Já houve conversas”
Divulguei a informação, os dois pré-candidatos negaram a informação, mas ela ainda continua de pé.
Mas recentemente, recebi a informação de que haveria profundas mudanças na equipe do prefeito Ivanes Lacerda, que poderia ser o candidato a prefeito do Republicanos. Não divulguei de imediato esperando que algum fato confirmasse a informação o que veio logo em seguida. Com a nomeação de várias pessoas indicadas pelo grupo Motta. A fonte era a mesma da primeira informação.
Até hoje o Republicanos continua indefinido, mas a informação ainda continua de pé. Ivanes pode ser o candidato a prefeito, embora o partido possa estar esperando que as pesquisas encomendadas o façam desistir de uma pretensa reeleição.
Várias vezes pusemos em dúvida a manutenção da candidatura do Dr. Érico Djan. E manifestamos isso em nossos escritos e programas. Há cerca de vinte dias (17/07), numa “rápida”, repercutíamos o que se comentava na ruas de Patos:”Tem candidaturas a prefeito que devem virar pó, assim que começar a campanha eleitoral.” Nem deixaram começar a campanha… Érico desistiu.
A semana passada em artigo divulgado por Patos Online, Folha Patoense e Blog da Revista da Semana, repercutimos outra avaliação feita nas ruas: “Vamos esperar para ver. Mas, provavelmente, só teremos um quadro claro depois dos registros das diversas chapas. Até lá, a candidatura de Mirna vai continuar um mistério, dependendo de decisões judiciais. E, até quem sabe retirada, a depender da voz das ruas, colhida pelas pesquisas, se a chapa não decolar. Afinal o conceito de Érico não está muito alto junto da população. E a injeção de ânimo dada pelo anúncio do nome de Mirna pode não ser suficiente para fazê-lo decolar, apesar do apoio de João Azevedo e José Maranhão”.
Há quem diga que Érico estaria apenas ”jogando”, para ver se consegue do governador o apoio e o empenho que possam alavancar a sua candidatura, já que, apesar do importante apoio do prefeito Dinaldinho, está faltando “recheio” para a campanha. Não só cargos para amigos seus, como a necessária infraestrutura de campanha e atrativos para os candidatos a vereador já que o seu partido não tem nenhum.
Usam como argumento o que aconteceu na campanha que levou Ivânio Ramalho à prefeitura em 1992, muito bem lembrado por Adilton Dias e Genival Júnior. Diante do desinteresse de Edivaldo Motta e do PMDB, com relação à sua candidatura, Ivânio anunciou a desistência e as lideranças peemedebistas incentivaram o seu retorno e passaram a se empenhar na sua campanha.
Ivânio conseguiu ser eleito, mas para isso contou com a ruptura entre Rivaldo e Múcio Sátyro. Múcio queria ser o candidato do grupo, mas Rivaldo Medeiros insistiu em lançar a candidatura do sobrinho Dinaldo. Múcio rompeu com Rivaldo, se lançou candidato tendo Virgílio Trindade como vice e os dois tiraram a votação suficiente para derrotar Dinaldo. A chapa Múcio/Virgílio tirou 2.016 votos e Ivânio ganhou de Dinaldo com uma maioria de 1.815 votos. Ou seja, Múcio tirou de Dinaldo os votos suficientes para derrotá-lo.
Para alguns observadores, Érico pode estar tentando uma jogada semelhante. Tentar mobilizar o governador em favor de sua candidatura. Será que o governador vai deixar de investir na candidatura mais viável do candidato do Republicanos para se aventurar no apoio à candidatura capenga de Érico, apesar do apoio de Maranhão e Dinaldinho?
Mas aproveitando a oportunidade. Uma fonte me deu, ontem, como certa a indicação de Ivanes como candidato do grupo Motta a prefeito de Patos. Procurei confirmar a informação com outra fonte, até hoje confiável para mim, e ela me disse ter como 100% de certeza que Ivanes é o candidato e até apostaria nisso. A convergência das duas fontes me convenceu da situação atual. Mas continuo com as minhas dúvidas. E se as pesquisas não confirmarem a aceitação do nome de Dr. Ivanes, o grupo Motta vai manter a candidatura do prefeito interino?
Luiz Gonzaga Lima de Morais – lgmorais@uol.com.br