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O senador José Maranhão (MDB) colecionou inúmeros apelidos ao longo de sua trajetória pública: o mestre de obras, o Zé das águas, o Zé da estradas, o Zé do povo. E, além de ser conhecido pelas obras que realizou em toda a Paraíba, como as barragens que levaram água para milhares de pessoas, as adutoras e hospitais, ele se destaca também por um gosto peculiar: o de pilotar aviões. É um de seus hobbies preferidos, claro, ao lado da vida pública e da atividade partidária.

Nesta segunda-feira (08), a desembargadora Fátima Bezerra, esposa do parlamentar, registrou em texto um desses momentos em que o ex-governador fazia o que ele mais gostava. No relato, uma curiosidade: além de pilotar aviões, o senador José Maranhão também consertava suas aeronaves. Em uma das ocasiões, fez isso em pleno voo, salvando a vida de si próprio e a de outros passageiros, como a de secretários de estado e assessores que cortavam os céus com ele.

O relato da desembargadora Fátima Bezerra fez-me lembrar, também, o dia em que eu, Felipe Nunes, encontrei o senador José Maranhão literalmente com a mão na massa, com as mãos sujas de óleo, consertando uma peça do seu avião, na oficina de um amigo em comum, especialista na área, na cidade de Bayeux. Na época, eu era adolescente e já sabia do gosto que o governador tinha por aviação, mas era uma surpresa descobrir que ele também consertava suas próprias aeronaves. Voltarei ao assunto em breve.

Fátima Bezerra desembarcou na Paraíba neste domingo (07). Ela acompanhou o marido desde que ele foi transferido para o Hospital Villa Nova Star, em São Paulo, onde continua em tratamento contra a Covid-19. No relato a seguir, a desembargadora conta os bastidores do dia em que Zé Maranhão consertou um avião em pleno voo, sem que os passageiros percebessem e, com a serenidade que Deus lhe deu, salvou a própria vida e a vida de membros do seu governo.

“Uma vez perguntaram a um Deputado, não lembro qual, o que ele pensava de Zé Maranhão. Ele disse: o que posso pensar de um homem que conserta avião no ar???”

Recentemente, recebi de Dada Novaes essa mensagem e me recordei do fato.

Viajavam no avião do Estado o Governador, seu ajudante de ordem e alguns Secretários, entre eles, Lena Guimarães (queridíssima que tanta falta nos faz), Sales Gaudêncio, Adriano Bezerra Cavalcanti e outros, cujos nomes não estou a recordar.

Houve uma pane na pequena aeronave e, discretamente, o Comandante pediu ajuda a Maranhão, que, utilizando seus talentos mecânicos e inteligência privilegiada, consertou o avião no ar, sem que os passageiros percebessem.

Ao aterrissar, o Comandante fez o comunicado, e lembro que, a partir de então, nossa amada jornalista passou a querer ainda mais bem a Maranhão, por ter lhe salvado a vida, embora, por outro lado, também tenha deixado de voar em aviões mono e bimotores.

São situações dessa jaez que o fazem um homem diferente.

Uma semana antes de contrair Covid, visitou o Centro de Hemodiálise do Estado. Eu o critiquei. Não poderia se expor tanto. Ele respondeu: senti que minha presença trouxe um alento a todos eles!

Meu Deus, como uma pessoa tão humana e, ao mesmo tempo, tão racional, nunca pensou primeiramente em si, na sua saúde e na sua vida?!

Como suportar ver, submetendo-se à diálise, aquele que sofria pelos dialisados, a exemplo do quanto se compadeceu quando da enfermidade de Júlio Paulo Neto, que lhe tirou uma noite de sono?!

Meu amor, penso que você se via como um precursor. Alguém que veio para abrir caminhos e suavizar dores, enxugar lágrimas e espalhar amor.

Como então não sofrer por você? Eu lhe ofereço minhas veias, meu sangue, meu coração, meu pulmão, só para lhe ver novamente distribuindo esperanças. Pegue os órgãos, extraia o máximo de cada função, e ‘conserte’ seu organismo. Continue colaborando com os médicos e ainda lhes ofereça o ‘algo mais’, próprio da sua natureza. Estamos todos esperando esse fator inusitado. As ferramentas estão ao seu dispor e o Espírito Santo de Deus fá-lo-á, em cima do seu leito, e durante o percurso dessa ‘viagem’ ainda tão misteriosa para toda a medicina, restaurar esse corpo sofrido.

Por Fátima Bezerra

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