O novo decreto do Governo do Estado para tentar conter uma nova onda da Covid-19 trará alterações no horário de funcionamento de alguns setores da economia. Em entrevista ao Hora H, da Rede Mais Rádio, o governador João Azevêdo (Cidadania) descartou qualquer flexibilização no novo pacote de medidas contra o avanço da doença na Paraíba.
O decreto deve ser concluído ainda na noite desta terça-feira (1) e entrará em vigor na quinta-feira (3). “Com certeza não haverá flexibilização nenhuma diante do quadro que se apresenta”, frisou o governador.
Ele afirma que o cenário ainda é “muito preocupante” no estado, principalmente em relação à taxa de ocupação de leitos e taxa de transmissão, ainda considerada muito alta, chegado a 1,5 em alguns municípios. Outra preocupação é a falta de insumos hospitalares, a exemplo do oxigênio, situação que foi repassada ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em reunião no último domingo.
“Perdemos parte da vitória que obtivemos em abril, quando o país registrou o pior mês e a Paraíba teve um momento extraordinário em virtude das medidas adotadas em março, que refletiram em abril”, avaliou o governador.
Ele atribui o aumento dos casos à liberação de alguns setores, aliada a não utilização de máscaras por parte da população. “Isso levou ao aumento significativo de casos, internações e demanda de pacientes por leitos de UTI. Estamos com uma média de 30 óbitos por dia e precisamos fazer isso cair”, pontuou.
Recusa de jogos da Copa América
Questionado sobre a recusa em sediar jogos da Copa América na Paraíba, o governador considerou equivocada o posicionamento favorável da Federação Paraibana de Futebol em trazer a competição para o estado. Ele ressaltou que os estádios paraibanos sequer cumprem as exigência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
“Em um jogo entre seleções, para cada uma delas há uma estrutura de mídia, transporte, segurança. Vai mobilizar recursos humanos e financeiros que hoje precisam estar focados no combate à pandemia”, avaliou.
Segundo o governador, a principal preocupação é o período que antecede o jogo, com mais de duas mil pessoas envolvidas. “O governo teria que assumir a segurança desses times. Não há interesse do governo para colocar recursos em um jogo da Copa América que pode ser utilizado na saúde ou na estrutura do próprio estado”, disse.