19.jun.2021 - Manifestantes protestam contra o presidente Jair Bolsonaro, na avenida Paulista, em São Paulo (Imagem: Eduardo Anizelli/ Folhapress)
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Manifestantes se reúnem na avenida Paulista, neste sábado (19) em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Milhares de pessoas ocupam oito quarteirões da avenida, da rua Pamplona até a rua da Consolação. A previsão é que o ato siga pela Consolação até o destino final, a praça Roosevelt.

O país vem registrando, desde o início da manhã, protestos contra o presidente em diversas cidades do país, como Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Salvador. Os manifestantes criticam a condução do governo durante a pandemia, no dia em que o país atingiu a marca de 500 mil mortos pela covid-19, patamar atingido só pelos Estados Unidos no restante do mundo.

Na capital paulista, os manifestantes também criticam o aumento da fome e do desemprego no país e a defesa da cloroquina feita pelo presidente, remédio comprovadamente ineficaz contra a covid. Pedem o impeachment de Bolsonaro e o chamam de “genocida”.

É a segunda grande manifestação contra Bolsonaro no país este ano. A primeira ocorreu em 29 de maio.

Na Paulista, há grande adesão ao uso de máscaras. Os manifestantes estão mais distanciados uns dos outros do que costumava ocorrer em protestos antes da pandemia. A área de maior aglomeração é em frente ao Masp, ponto de encontro do protesto.

Especialistas em saúde afirmam que há menos riscos de contaminação em lugares aberto, devido à circulação de ar, do que em ambientes fechados, mas o uso de máscaras e higiene das mãos é essencial para se proteger do vírus. Uma brigada de saúde voluntária, ligada ao movimento de moradia MTST, trouxe 2.000 máscaras PFF2 —as mais recomendadas contra a covid— para distribuir entre manifestantes.

O protesto é organizado pelo fórum “Campanha Nacional Fora, Bolsonaro”, que reúne movimentos sociais e partidos de esquerda, como PT, PSOL e PC do B. Desta vez, centrais sindicais também aderiram ao protesto.

O protesto ocorre pacífico, sem incidentes. A Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP participa de um plantão jurídico para fazer uma mediação caso ocorram conflitos entre manifestantes e autoridades públicas.

“Intento é botar para fora esse genocida”

Presa e torturada na ditadura militar, Mariluce Moura, 70, segurava uma faixa com os dizeres “Geração 68 sempre na luta. Fora Bolsonaro”.

“Somos sobreviventes da ditadura militar e nunca saímos da luta. Estamos aqui de novo nas ruas no intento de botar para fora esse genocida. O Brasil está num risco perigoso de caminhar de novo para um regime autoritário, cada vez mais violento”, afirma a jornalista, que foi presa aos 19 anos, grávida, e teve o marido morto pela ditadura.

“Nós sofremos e lutamos muito pela redemocratização desse país. Nós tínhamos 18, 19, 20 anos. Isso não pode ser ameaçado por um projeto fascista de destruição do país. São 500 mil mortos na pandemia, boa parte deles por essa política genocida”, disse.

Sindicato dos Metroviários participa de ato

Também há espaço na manifestação para pautas diversas — das agendas LGBT e feminista, defesa da educação e do meio ambiente, contra o militarismo, combate ao racismo, até reivindicações específicas do movimento sindical, entre eles o Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

Os representantes da categoria montaram um vagão de metrô de pano no ato que ocorre na Paulista. Eles criticam não só contra Bolsonaro, mas também o governador João Doria (PSDB).

“Doria, respeite os metroviários! Fora, Bolsodoria”, pedem os manifestantes do sindicato.

UOL

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