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Dados do Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig) apontam que entre 2019 e 2020 houve uma redução de 48% na procura por tratamento de hepatites. Essa demora pode acarretar problemas mais sérios, pois as hepatites podem não apresentar sintomas e evoluir para casos de cirrose e câncer de fígado Nesta quarta-feira (28), Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, a infectologista do Sistema Hapvida, Ana Rachel Seni, afirma que as restrições e o medo da população ocasionado pela pandemia pode ter contribuído para essa redução.

A especialista esclarece que as hepatites virais são infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves podendo ser crônicas ou agudas. Sendo, ainda, considerado um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos comum no Brasil, sendo encontrado mais na África e na Ásia.

Ana Rachel Sine destaca que as hepatites, na maioria das vezes, são consideradas infecções silenciosas por não apresentarem sintomas. No caso das causadas pelos vírus das hepatites B ou C, frequentemente se tornam crônicas, fazendo com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico, justamente pela ausência de sintomas. “Como comprometem o fígado, podem causar cirrose e até o câncer de fígado. Os sintomas, quando presentes, são: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras”, elenca.

Tipos de Hepatites – As hepatites virais se diferenciam em cinco tipos. Confira abaixo um pouco sobre cada uma delas:

• Hepatite A: é uma doença de caráter benigno, com cura. A transmissão é através do contato de fezes com a boca, alimentos ou água não seguros, baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal. Outras formas de transmissão são os contatos pessoais próximos e relações sexuais;

• Hepatite B: o vírus está presente no sangue e secreções, e também é classificado como uma infecção sexualmente transmissível. Na maior parte dos casos apresenta uma infecção aguda que se cura espontaneamente. Transmissão ocorre em relações sexuais sem preservativo; da mãe infectada para o filho, durante a gestação e o parto; compartilhamento de material para uso de drogas; compartilhamento de materiais de higiene pessoal; tatuagens e piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança;

• Hepatite C: é silenciosa e até 80% dos infectados deste tipo tornam-se portadores crônicos. A transmissão ocorre por contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de objetos para uso de drogas; reutilização ou falha de esterilização inadequada de equipamentos médicos ou odontológicos e de manicure; reutilização de material para realização de tatuagem; hemodiálise, cirurgias, transfusão sem os devidos cuidados de biossegurança; uso de sangue e seus derivados contaminados; relações sexuais sem o uso de preservativos e da mãe para o filho durante a gestação ou parto;

• Hepatite D: também chamada de Delta, está associada à presença do vírus B. A hepatite D crônica é considerada a forma mais grave de hepatite viral crônica, com progressão mais rápida para cirrose e carcinoma hepatocelular e morte. A forma de transmissão e prevenção são as mesmas da Hepatite B, sendo a vacinação para Hepatite B a medida mais eficaz;

• Hepatite E: é uma doença aguda e na maioria dos casos, tem caráter benigno. Porém, pode ser grave na gestante e, raramente, causar infecções crônicas em pessoas que tenham algum tipo de imunodeficiência. A transmissão é pelo contato de fezes com a boca e pelo consumo de água contaminada. Outras formas de transmissão incluem a ingestão de carne mal cozida ou produtos derivados de animais infectados; transfusão de produtos sanguíneos infectados; e transmissão vertical de uma mulher grávida para seu bebê.

Assessoria – Hapvida

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