O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, durante sessão da comissão (Imagem: Pedro França/Agência Senado)
Compartilhe!

A CPI da Covid aprovou no início da sessão de hoje uma série de requerimentos em favor da quebra de sigilo de influenciadores e blogueiros bolsonaristas. Diante das proposições, senadores governistas se queixaram alegando que há uma “caça” à liberdade de expressão de produtores de conteúdos que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Eduardo Girão (Podemos-CE) declarou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ao desmonetizar blogues e sites suspeitos de produzir fake news estaria praticando um gesto que poderia, no futuro, afetar a imprensa.

“Quero fazer um apelo porque estamos vendo uma verdadeira caçada dos tribunais. O TSE está desmonetizando sites e blogues de ideias que tem ideias divergentes de narrativas que a gente tem visto no Brasil. Começa com site, começa com blog, depois afeta a imprensa” – Eduardo Girão

Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) classificou a quebra de sigilos como “perseguição política” e disse que é um erro qualquer tipo de pré-julgamento.

“Houve um requerimento entre esses que foi aprovado hoje relacionado a servidora Thais Amaral de quebra de sigilo desta servidora, desconectado de qualquer fundamento desta CPI, mas que houve a sua deliberação. Registrei meu voto contra todas as quebras” – Marcos Rogério.

O autor do requerimento de Thais Amaral, item 119 da pauta de hoje, é o relator Renan Calheiros (MDB-AL). Ao se queixar ao presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), Marcos Rogério ouviu que Calheiros, por ser relator da Comissão, teria seus motivos para realizar o pedido contra a servidora.

Requerimentos aprovados

Entre os requerimentos aprovados hoje está a quebra de sigilo da empresa Global Saúde e da Senah, suspeitas de terem envolvimento com a negociação de imunizantes junto ao Ministério da Saúde.

Outras empresas do sócio-administrador da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, tiveram o sigilo quebrado. Hoje o empresário presta depoimento ao colegiado após quatro tentativas frustradas.

Alvo da CPI da Covid desde junho deste ano, o empresário se tornou suspeito diante do contrato de R$ 1,6 bilhão fechado entre o governo federal e a Precisa Medicamentos para a compra da Covaxin, como ainda por um histórico de medicamentos pagos, mas não entregues, ao Ministério da Saúde.

O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, também terá o sigilo quebrado pela CPI da Covid, assim como os dirigentes de hospitais federais.

UOL

Deixe seu comentário