Voo comercial para Cajazeiras vai acontecer três vezes por semana a partir de junho — Foto: Luis Alberto Neves/Azul/divulgação/arquivo
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A recente decisão da Azul Conecta de suspender voos em quatro municípios do interior do Ceará (Sobral, Iguatu, Crateús e São Benedito) a partir de 10 de março de 2025, tem gerado apreensão quanto à continuidade das operações da companhia em Cajazeiras, no Sertão da Paraíba.

Em 1º de agosto de 2023, a Azul iniciou voos diretos entre Cajazeiras e Recife, marcando o retorno da aviação comercial regular à cidade após 60 anos. Inicialmente, eram três frequências semanais, operadas por aeronaves Cessna Grand Caravan, com capacidade para até nove passageiros.

Em julho de 2024, Rubismar Galvão, empresário e membro da diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cajazeiras, manifestou inquietação com os cancelamentos no Ceará e seu possível impacto na Paraíba: “É um alerta pra gente essa possibilidade. Ninguém sabe qual vai ser a demanda efetiva de Cajazeiras para Recife, até porque Cajazeiras, diferente de Patos, tem um grande competidor na saída de aviões, que é de Juazeiro do Norte. Então possa ser que isso, futuramente, afete esses voos de Cajazeiras para Recife. Mas quem vai dizer isso é o mercado, porque é uma empresa privada; em determinado momento, se ela ver que não tem retorno [financeiro], ela talvez diminua o número de voos semanais.”

Poucos meses depois, em 21 de outubro de 2024, a companhia anunciou a redução dessas frequências para duas vezes por semana, às terças e sextas-feiras, como parte de um ajuste de capacidade à demanda. A mudança gerou preocupações entre empresários locais sobre a viabilidade econômica e a continuidade dos voos na região.

Além disso, caso Sousa passe a operar voos comerciais, a demanda na região poderá se fragmentar ainda mais, enfraquecendo o fluxo de passageiros em Cajazeiras. Essa possibilidade representa um desafio para a consolidação da rota cajazeirense, já que a proximidade das duas cidades pode criar uma concorrência direta pelo público da região.

A Azul atribuiu as suspensões no Ceará ao aumento dos custos operacionais, alta do dólar e baixa demanda de passageiros. Esses mesmos fatores podem comprometer a rota entre Cajazeiras e Recife, caso não apresente resultados financeiros sustentáveis.

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

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