Foi aberta na noite dessa sexta-feira (7) o Congresso da Federação Paraibana de Teatro, evento que tem o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba, e que contou com representantes de grupos e companhias de teatro de toda a Paraíba. O congresso está acontecendo no município de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Patos, e marca a retomada da Federação Paraibana de Teatro.
A entidade, inaugurada na década de 1980 e que foi responsável pela formação de toda uma geração de dramaturgos e atores de teatro, estava há mais de 25 anos desativada, e é relançada agora a partir de esforços conjuntos de artistas de diferentes gerações.
Pedro Santos, que é secretário de Estado da Cultura e esteve presente na solenidade de abertura do congresso, ressaltou a importância do diálogo entre poder público e trabalhadores da cultura e destacou que a Federação Paraibana de Teatro é um mecanismo fundamental de representação para os artistas e para as equipes técnicas que trabalham nos palcos.
“A gente precisa se conectar com as demandas do setor cultural, que é carregado de especificidades. Então é fundamental esse processo de escuta, de debates e de negociação. Eu acredito que a Secult-PB tem a obrigação de estimular e apoiar essas mobilizações coletivas em defesa da cultura”, destacou o gestor.
Já o teatrólogo José Maciel, da Companhia Oxente de Teatro, que participou da fundação da Federação Paraibana de Teatro ainda na década de 1980, essa retomada ressurge dentro de uma processo de reorganização dos artistas paraibanos, com o objetivo de adquirir mais poder de diálogo e de mobilização nos debates sobre políticas públicas para essa expressão artístico-cultural. “A formação política e institucional da minha geração foi formada na Federação. Precisamos retomar isso”, resumiu.
Discursando em nome da classe artística presente, o ator e dramaturgo Álvaro Fernandes falou também das dificuldades de se mobilizar uma rede de artistas até ser possível chegar naquele congresso. Deixou claro que o desafio que eles têm pela frente é enorme, mas ao mesmo tempo se mostrou otimista. “Isso aqui é uma loucura. Mas é importante ser louco. Os loucos constroem, fazem”, comentou.
Estiveram presentes também o prefeito de Santa Luzia, Henry Lira, a representante da Fundação Nacional de Arte, Michele Rolim, a secretária municipal de Santa Luzia, Tereza Alves, e o presidente da Câmara Municipal, Félix Júnior. Para além disso, o ator Buda Lira ministrou uma palestra em que abordou o panorama do teatro paraibano na atualidade.
O Congresso da Federação Paraibana de Teatro segue ao longo de todo este sábado (8) e só se encerra no domingo (9). Durante estes dois dias, serão realizados os grupos de trabalho, em que se discutirá coletivamente uma série de temas relacionados ao teatro, como formação de público, mercado de trabalho, políticas públicas, espaços de apresentação, laboratórios de formação, entre outros.
Por fim, vão ser apresentadas, debatidas e votadas as propostas deliberativas, a homologação do estatuto da Federação e a eleição da diretoria executiva e do conselho deliberativo da entidade, que assim se constituirá como organização da sociedade civil e representante da categoria na Paraíba.
Secom-PB